por Ronaldo Oliveira / foto: Karina Alves Ludvichak

As plantas medicinais possuem finalidades terapêuticas e os princípios ativos estão presentes, geralmente, nas folhas, talos, caules e podem ser transformadas em óleos, extratos, temperos e demais usos medicinais ou aromáticos. Os dados científicos não atestam a eficácia de todas as espécies medicinais, contudo, comunidades tradicionais e populações pré-colombianas dominam combinações curativas há milênios. As plantas podem ser cultivadas e encontradas facilmente em canteiros, pastos e matas, além disso os estados brasileiros possuem condições favoráveis para a produção.

A comercialização de plantas medicinais não requer certificações específicas, o comércio pode ocorrer abertamente em feiras e sem regulamentação legislativa, já os produtos fitoterápicos, aqueles extraídos de origem vegetal e usados para tratamentos específicos devem possuir pesquisas que comprovem os efeitos farmacológicos e de riscos à saúde. Além disso precisam atender as regras de qualidade instituídas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Consumo humano

Os adeptos aos efeitos dos chás devem ficar atentos: “Existem princípios farmacológicos e toxicológicos que dependem muito da dose. Se você tomar um chá de qualquer forma ou de qualquer produção vai ter problemas. A dosagem deixa de ser um problema terapêutico e passa a ser uma dose tóxica. Até plantas populares podem ser tóxicas. O cuidado todo está na questão da dose”, aconselha Douglas Siqueira de Almeida Chagas, professor doutor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro  (UFRRJ).

O professor realiza estudos químicos com outros pesquisadores sobre ervas aromáticas e medicinais na “Casa de Vegetação”, dentro da UFRRJ, e indica que o consumidor deve estar atento se o produto é de origem vegetal ou possui nome científico e popular e se as indicações de uso e formas de preparo estão na rotulagem, assim como CNPJ e demais dados administrativos. “Adquirir plantas medicinais em bancas de jornais não é ideal. Procurar por casas de ervas confiáveis e produtores conhecidos vai influenciar na escolha medicinal e na qualidade do produto”, comenta.

Para Maria de Fátima, com mais de 10 anos de experiência no mercado de ervas em Tangará da Serra, a busca por produtos naturais tem crescido. “A cada dia a procura por plantas medicinais é maior. São mulheres, médicos e até farmacêuticos. Existem muitas doenças e o remédio químico serve para uma coisa e estraga a outra”, explica.

Entre as ervas mais consumidas por clientes em seu estabelecimento estão as folhas da douradinha, indicadas para os rins e vias urinárias, e a espinheira santa, responsável por reduzir dores no estômago e refluxos. Àqueles com dúvidas sobre o preparo do chá, a produtora revela a receita: “A melhor forma é a infusão com água. Jogar 500 ml de água quente em três colheres de sopa contendo folhas e deixar agir de 15 a 20 minutos. Depois coar e tomar três xícaras por dia”, orienta.

A administradora Sônia Maria Moratelli, aposentada, faz o uso de ervas medicinais a cerca de 20 anos e acredita que além dos benefícios para à saúde humana, a produção de plantas medicinais contribui com a preservação do meio ambiente. “Os remédios químicos ajudam por um lado, mas agridem à saúde e a natureza. O produto natural como o nome já diz é natural, além de não agredir a natureza é sustentável. Eu acredito que os seres humanos estão resgatando essa cultura das plantas medicinais”, conclui.

Uma iniciativa pública e nacional que busca expandir o uso de plantas medicinais é o curso “Uso de Plantas Medicinais e Fitoterápicos” oferecido por meio da parceria entre SUS e UFRN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O curso é gratuito e oferecido em 100 horas totalmente online. O conteúdo foi criado em 2017 e é direcionado aos agentes comunitários de saúde, mas está disponível para toda população.

Poaia

As plantas medicinais foram importantes para o processo de urbanização e expansão econômica mato-grossense. Como a poaia, que durante o século XIX, atingiu picos de comercialização até o ano de 1945 onde foram registrados períodos de colheita anual de quase meia tonelada, sendo considerada o ouro preto de Mato Grosso. Entre os principais componentes da planta estão a cefalina e a emetina, ambas evitam enjoos decorrentes de movimentos, além disso, a espécie contém ações antibacterianas e antifúngicas.  Em maio deste ano a poaia foi contemplada pela reportagem de Lorraine Francisca da Costa, e publicada pela 9º edição da Revista MT Horticultura, página 18. Acesse aqui.

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