Da redação Ronaldo Oliveira
O programa MT Horticultura promoveu a 2ª Feira Estadual direcionada para o setor de horticultura durante os dias 22 e 23 de agosto e contou com a participação de representantes políticos, produtores rurais, professores, acadêmicos e comunidade em geral. O evento reuniu 2.316 participantes e permitiu contato direto com novas tecnologias, insumos agrícolas, palestras e oficinas ofertadas por 40 empresas e instituições. A Feira foi concluída com a apresentação da 1ª Mostra Científica que recepcionou 107 trabalhos acadêmicos científicos.
Questionado sobre quais são as expectativas de crescimento econômico do hortifrúti mato grossense, o governador Mauro Mendes acredita no potencial da agricultura familiar e afirma que o governo vai “continuar apoiando programas específicos em cada região e identificando as cadeias produtivas, otimizando os processos de investimento e tecnologia”. O Governador ainda indica que o cenário econômico é promissor para o setor ruralista mato-grossense. “Aprovamos no dia de hoje, 22/08/2019 uma lei que vai permitir que todo produtor da agricultura familiar e das pequenas indústrias possam comercializar em todo município. O nome do jogo é ser mais eficiente e mais produtivo”, conclui.
Os produtores da agricultura familiar que desejam investir na comercialização intermunicipal encontrarão maior facilidade após o decreto executivo da lei 10.502 de 18 de janeiro de 2017 e regulamentado em 22 agosto de 2019 pelo governador Mauro Mendes. O decreto permite ao produtor rural comercializar produtos regionais de origem animal ou vegetal fora do município de origem, criando assim maior circulação monetária entre os municípios e incentivando o empreendedorismo rural.
Para o investidor iniciante Milton Costa, 54, de Nova Olímpia, o evento promovido pelo MT Horticultura é indispensável para o setor ruralista, pois informa e orienta de forma técnica e dinâmica como prosseguir para que o plantio seja concretizado de forma saudável e próspera. “Tenho uma pequena propriedade em Nova Olímpia e pretendo iniciar com um ou dois hectares de frutas cítricas. Participar da 2ª Feira é bastante interessante pelo incentivo e dicas técnicas sobre como fazer uma produção de qualidade”, comenta Milton.
O participante de Nova Olímpia assistiu a palestra sobre “Tecnologia da Irrigação”, promovida pela empresa Fort Agrícola José Miguel da Silva Filho. Durante a palestra o profissional apresentou dados que minimizam o custo financeiro e o uso de água após a implantação do sistema de irrigação correto. “Com a irrigação correta é possível reduzir entre 20% e 30% do consumo de água”, afirma José Miguel. “O Mato Grosso possui condições climáticas naturais que beneficiam a ampliação da agricultura familiar. O estado é um dos polos agrícolas de maior produção nacional. No entanto, existem períodos anuais de baixa precipitação e que impedem o desenvolvimento de determinadas culturas devido à ausência de água pluvial”, conclui.
Palestra “Tecnologia da Irrigação” promovida pela empresa Fort Agrícola com o palestrante João Miguel da Silva Filho.
A Empaer participou da 2ª Feira e expôs alguns dos produtos desenvolvidos pela agricultura familiar, comunidades tradicionais e trabalhos artesanais produzidos por mulheres. “A Empaer trabalha com grupos de mulheres ofertando cursos, oficinas e reuniões que fortalecem o vínculo de comunidade”, afirma Gabriele Silvino, representante.
Para a artesã e empreendedora Maria da Penha que participou da 2ª edição da Feira o evento recepcionou os expositores dentro de um espaço convidativo e amplo para todos os produtores e visitantes. “Esse ano a Feira está muito melhor. Tudo está diferente. Ano passado [1ª Feira] o lugar não estava muito bom. Hoje tá tudo melhor que a primeira”, disse a expositora, que agradeceu a oportunidade de expor durante os dois dias de evento e fechou o dia com vários pedidos de clientes. “É bom pra gente expor. Não vendi muito hoje, mas consegui agendar pedidos para entregar depois” pontuou satisfatoriamente a comerciante da Associação de Artesãos de Progresso, no município homônimo.
A alimentação também foi tema da 2ª Feira. O programa Cozinha Brasil do Sesi ofereceu a oficina de Aproveitamento Integral de Alimentos. O projeto contempla temas como educação alimentar e oferta cursos, palestras e oficinas sobre o consumo de alimentos não-convencionais como cascas, talos, raízes e sementes.
A nutricionista Roberta Sanches coordenou a oficina e comentou sobre quais são os benefícios de introduzir alimentos não-convencionais durante a alimentação. “A população brasileira consome pouca fibra e é exatamente nas cascas, talos, sementes e raízes que nós encontramos esses nutrientes”, afirma.
O Sesi presenteou os participantes da oficina com uma enciclopédia de receitas, dicas de alimentação saudável e tabelas nutricionais. Uma das receitas mais populares do livro é o refresco de inhame cozido com manga, limão e abacaxi, todos os alimentos consumidos com casca. Clique aqui e acesse a receita.
“O Sesi elaborou uma pesquisa e formulou uma tabela indicando partes de alimentos não-convencionais que contém potássio, ferro e vitaminas em várias partes desses alimentos que são descartados. Existe fibra insolúvel, ferro e outras vitaminas presentes nestes alimentos. Esse tipo de consumo gera maior controle de peso, da diabetes, do colesterol e ainda possuem minerais fundamentais para nossa alimentação”, pontuou Roberta.
Durante a oficina, a equipe do Cozinha Brasil preparou para o público um rápido e fácil suco natural de melão com folhas de hortelã. A nutricionista provocou os participantes e disse em tom amistoso: “O açúcar acabou. Vamos ter que tomar o suco sem adição de açúcar. O alimento é o combustível do nosso corpo e devemos cuidar dele”, concluiu Roberta.
Um dos ambientes que mais reuniu crianças do ensino fundamental e médio foi o Circuito Itinerante MT Ciências. A carreta possui cômodos que permitem contato direto com ciência e tecnologia. O coordenador e professor da Escola Ernesto Che Guevara na zona rural da agrovila I Antônio Conselheiro, Djeovani Roos, acompanhou mais de 30 crianças que visitaram o Itinerário científico.
Para o coordenador é fundamental tirar as crianças da sala de aula e possibilitar uma visão diferente de mundo. “Apesar de serem pequenos é bom colocá-los nestes espaços de ciência, tecnologia e natureza”, comentou o coordenador. Ele ainda falou sobre as dificuldades de mobilidade dos estudantes da zona rural: “Nós temos muita dificuldade de levar os alunos para eventos fora da cidade. É uma questão de falta de transporte”, conclui.
Crianças interagindo com ciência e tecnologia. As atividades foram ofertadas pelo Circuito Itinerante MT Ciências.
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